۱۳۹۳ خرداد ۲۰, سه‌شنبه

ادواردو سوپلیسی سناتور بلند پایه برزیل !








Suplicy protesta contra perseguição à comunidade Bahai no Irã



Da Redação | 14/05/2014, 23h25 - ATUALIZADO EM 06/09/2014, 16h29





O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), em pronunciamento nesta quarta-feira (14), chamou a atenção para a perseguição religiosa contra a comunidade Bahai no Irã. Segundo o senador, os líderes bahais estão presos há seis anos em condições desumanas, o que motivou manifestações de protesto em várias partes do mundo.
O senador acrescentou que o governo iraniano tem imputado aos bahais, sem fundamento, vários crimes contra o Estado e a religião islâmica.
- Os bahais são oprimidos, presos, torturados e mortos por um estado permanente de injustiça que torna um crime o direito à liberdade de crença, a liberdade de culto, a liberdade de reunião, a liberdade de ingressar em universidades do país, além de tornar crime o direito às aposentadorias a que seus membros têm direito e de ver seus lugares sagrados, além de seus bens móveis e imóveis serem arbitrariamente confiscados - declarou.
Suplicy concluiu lendo o testemunho do ex-deputado Luiz Gushiken (1950-2013), adepto da religião bahai. O senador  pediu ao governo brasileiro que abra negociações com o Irã para reduzir o sofrimento da comunidade naquele país.

Segue abaixo o discurso:
Senhor Presidente,
Senhoras Senadoras,
Senhores Senadores,
          Em 14 de maio de 2008, em mais uma tentativa do Estado de varrer os bahá´ís do país, o governo promoveu a prisão de sete líderes da Comunidade Bahá´í no Irã. Cinco homens e duas mulheres – Mahvash Sabet, Fariba Kamalabadi, Jamaloddin Khanjani, Afif Naeimi, Saeid Rezaie, Behrouz Tavakkoli, e Vahid Tizfahm – vêm há longos seis anos sofrendo os horrores da prisão, tendo passado períodos prolongados em confinamento solitário, sem acesso à defesa e assistência jurídica e em condições que são uma verdadeira afronta aos padrões do direito internacional atinentes aos direitos fundamentais da pessoa humana.
         Essas sete pessoas foram presas tendo como acusação “serem membros da seita bahá´í”.
          Pois bem, nesta quarta-feira, 14 de maio, se completam seis anos da prisão de lideranças bahá´ís, presas de maneira truculenta, arbitraria e absolutamente injustificada.
          E para marcar mais um triste aniversário dessa injustiça, os bahá´ís de Brasília, realizaram hoje cedo, aqui nos gramados do Congresso Nacional manifestação pública na frente do Congresso Nacional, estendendo banners clamando pela liberação imediata dos Yarán – que é como os 7 líderes bahá´ís presos são chamados, aliás, uma palavra persa que significa “Amigos” – e também clamando pelo respeito aos direitos humanos de todas as minorias religiosas ora perseguidas no país persa.
           O ato público constou da leitura de orações de diversas religiões – bahá´í, cristã, muçulmana, judaica, cultos afros, dentre outras. Porque um dos fundamentos da religião bahá´í é exatamente a unidade religiosa, o apreço pelas diversas formas de conexão com o Sagrado.
Cremos ser oportuno tecer algumas considerações sobre essa grave assunto.
A prisão desses bahá´ís, conhecidos como Yarán, tem recebido imensa repercussão internacional, com dezenas de governos e parlamentos nacionais, bem como acadêmicos e intelectuais em geral, se pronunciando em defesa dos Yarán e exigindo a imediata cessação da violação dos direitos humanos dessas pessoas inocentes, ora confinadas numa tenebrosa prisão de Evín, em Teerã.
E, a cada semana, inclusive em diversas cidades brasileiras, novas ações são feitas em várias partes do mundo para chamar a atenção dos governos e da imprensa internacional para o destino dos bahá´ís no Irã.
            Em pleno século XXI, após a humanidade haver conquistado domínio sobre o átomo, colocar um primeiro homem a caminhar sobre a face da lua, inventariar cidades e lugares como patrimônio de toda a humanidade – como a cidade de Machu Pichu, no Peru, as pirâmides no vale do Luxor, no Egito e o Taj Mahal, na Índia -, inventar possantes aviões supersônicos que fazem em breve espaço de tempo travessias transoceânicas, produzir documentos jurídicos de amplitude planetária como o é, desde 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, é deplorável que ainda tenha que conviver, de forma leniente com a sistemática violação dos direitos humanos básicos de mais de 300.000 seres humanos no Irã.
             Eles são adeptos da religião monoteísta bahá´í.
             Quais os crimes de que são acusados os bahá´ís pelo Governo do Irã?
Senhor Presidente,
         Apesar das provas as irrefutáveis de que a comunidade bahá’í no Irã está sendo perseguida somente por causa de sua crença religiosa, o Governo iraniano continua a tentar justificar essas perseguições, alegando ser a comunidade bahá’í culpada de diversos crimes. Todas essas imputações mostram ignorância dos princípios básicos e da história da Fé Bahá’í. Nunca foi apresentada nenhuma evidência para apoiar essas acusações.
         As principais imputações são as seguintes:
          Os bahá’ís são acusados de serem partidários do regime dos Pahlavis e do falecido xá do Irã, de terem colaborado com o Savak – a polícia secreta daquele regime – e de serem uma organização política de oposição ao atual Governo iraniano.
          Os bahá’ís são obrigados pelos princípios básicos da sua fé a mostrarem lealdade e obediência ao governo do país no qual residem. Portanto, a comunidade bahá’í no Irã não se opunha ao regime dos Pahlavis, assim como não têm se oposto ao Governo atual do Irã; na realidade, eles têm obedecido todas as leis e instruções do Governo atual, inclusive as instruções dirigidas contra a Fé Bahá’í, tais como a ordem de dissolverem todas as instituições administrativas bahá’ís no Irã.
          Os bahá’ís são também obrigados a evitarem qualquer forma de envolvimento na política partidária. Os bahá’ís foram impedidos pela adesão á sua religião de aceitarem ministérios ou cargos políticos semelhantes sob o regime dos Pahlavis. Eles não colaboraram com a Savak. Muito pelo contrário, o regime dos Pahlavis consistentemente perseguia a Fé Bahá’í, tendo a Savak sido um dos principais órgãos dessa perseguição. Muitos bahá’ís sofreram maus tratos nas mãos dessa força repressiva. Para os bahá’ís no Irã, a idéia de colaboração com a Savak teria sido impensável.
         O atual Governo iraniano tem alegado que certos oficiais da Savak, tais como Parviz Sabeti, eram bahá’ís. Essas alegações são completamente inverídicas. Nenhum desses oficiais era bahá’í.
2. Os bahá’ís são acusados de serem inimigos do Islã.
           Os bahá’ís reconhecem os fundadores de todas as principais religiões do mundo – Buda, Krishna, Zoroastro, Moisés, Jesus Cristo e Muhammad – como profetas de Deus, reverenciando as mensagens que eles trouxeram e as religiões que eles inspiraram.
            Os bahá’ís acreditam que esses grandes profetas foram seguidos no século dezenove por outro grande profeta, Bahá’u’lláh, que trouxe uma mensagem de particular relevância à era atual. Esta crença é a base do estabelecimento da Fé Bahá’í como uma religião mundial independente, assim como a crença no profeta Maomé é a base do estabelecimento do Islã como uma religião mundial independente. Já em 1924, uma Corte sunita de apelação, no Egito, reconheceu que a Fé Bahá’í é uma religião mundial independente, no seu julgamento de que” A Fé Bahá’í é uma nova religião, inteiramente independente, … Portanto, nenhum bahá’í pode ser considerado muçulmano, ou vice versa, da mesma forma que nenhum budista, bramanista ou cristão pode ser considerado como um muçulmano.”
2.      Os bahá’ís são acusados de serem agentes do sionismo.
          Essa imputação baseia-se tão somente no fato de que o Centro Mundial Bahá’í fica em Israel. Entretanto, ele foi estabelecido lá no século passado, muito antes do Estado de Israel vir à existência, de acordo com as instruções explícitas do fundador da Fé Bahá’í, que fora exilado para lá de sua terra natal, a Pérsia. Portanto, não tem nenhuma relação com o Estado de Israel ou com o Sionismo.
3.      Os bahá’ís são acusados de prostituição, adultério e imoralidade.
         Essa acusação, como as outras, está completamente sem fundamento. Os bahá’ís têm um código moral estrito, dando grande importância à castidade e à instituição do casamento.
           A imputação de prostituição deriva da falta de qualquer oportunidade para os bahá’ís no Irã casarem de acordo com suas consciências e terem aquele casamento reconhecido. A cerimônia de casamento bahá’í não é reconhecida no Irã, e não existe cerimônia de casamento civil. Conseqüentemente, os bahá’ís enfrentam a escolha de renegarem sua fé para casarem-se de acordo com os ritos de uma das religiões reconhecidas no Irã, ou de casarem-se de acordo com os ritos da sua própria fé. Eles coerentemente escolhem sua fé, casando-se de acordo com os ritos bahá’ís. O Governo não reconhece esses casamentos, denunciando as esposas bahá’ís como prostitutas.
            As outras acusações contra os bahá’ís, de adultério e imoralidade, baseiam-se somente no fato de que, de acordo com o princípio bahá’í da igualdade de homens e mulheres, não existe segregação dos sexos nas reuniões bahá’ís.
            Feitas essas considerações que são de absoluto conhecimento público e respaldam documentos e resoluções emitidas pelas Nações Unidas, por parlamentos nacionais como o dos Estados Unidos e do Reino Unido, além de serem confirmadas em documentos emitidos por organismos como a Anistia Internacional, fica claro que os bahá´ís são oprimidos, presos, torturados e mortos pelo estado permanente de injustiças que tornam crime o direito à liberdade de crença, a liberdade de culto, a liberdade de reunião, a liberdade de ingressar em universidades do país, além de tornar crime o direito às aposentadorias a que seus membros têm direito e de ver seus lugares sagrados, além de seus bens móveis e imóveis, serem arbitrariamente confiscados ante o olhar cúmplice e complacente dos agentes da lei.
             Essa perseguição que vem de longe, perpassa todos os governos iranianos, todo o período dinástico dos Xás da Pérsia e, mesmo sob o jugo do Xá Reza Pahlevi, o soberano mais ocidental da história recente do país, os bahá´ís foram alvo das mais diversas atrocidades visando a sua não-existência, tanto espiritual, como religião monoteísta que é, quanto física, com as prisões e os assassinatos.
             Os cidadãos e as cidadãs iranianas têm sido alimentados desde sua infância com cargas de ódio e doutrinações claramente maliciosas e preconceituosas que a retratam como “seita perigosa”, “antimuçulmana”, “agente do sionismo”.
           Tudo dentro de falsas premissas e vãs motivações.
            É um ciclo vicioso que se perpetua desde o ano de 1844, ano do surgimento da Fé Bahá’í no mundo, e mais precisamente no Irã, então conhecido como Pérsia.
            Vítimas do fanatismo de Estado, os bahá´ís foram obrigados a emigrarem do Irã ao longo da história, e as maiores ondas de imigrantes bahá´ís do Irã se verificaram nos anos 1950 do século passado, época em que o país foi governado por Reza Pahlevi e tomou maior impulso a partir de 1979 quando o Aiatolá Ruholláh Khomeini derrubou o Xá e estabeleceu no país o regime teocrático a que chamou de República Islâmica do Irã.
           A incitação da população iraniana contra os bahá´ís faz parte de obscuro esquema de lavagem cerebral fundada no conceito controvertido da existência não de seres humanos sujeitos de direitos humanos inalienáveis que o levem à busca da felicidade, mas antes, no conceito que distingue “muçulmano” de “infiel” assim como se distingue o certo do errado, a noite do dia, o inverno do verão.
           Nessa falaciosa dicotomia, os bahá´ís são diligentemente retratados como “descrentes hostis”, esses que os muçulmanos xiitas elegem para travar guerras físicas e psicológicas. É dessa junção de fanatismo religioso com nacionalismo extremista que busca sobreviver no governo e na sociedade iraniana a justificativa para que os bahá´ís sejam considerados inimigos do Estado, pessoas nocivas à sociedade e, portanto, merecedoras de toda forma de opressão, da prisão à tortura e desta à morte.
            Com a criação da República Islâmica do Irã, sua constituição incluiu o artigo 167 que provê respaldo legal para a aniquilação dos bahá´ís, concedendo amparo jurídico aos tribunais em suas ações para a erradicação dessa comunidade, não por acaso, a maior minoria religiosa do país, tendo maior número de adeptos que a soma dos judeus e cristãos do país, por exemplo.
             Será mais um grito por justiça e em defesa dos direitos humanos de todos os que destes têm sido privados.
             Entendem os bahá´ís que “o que infelicita a parte, infelicita o todo” e que a consciência espiritual da humanidade não pode continuar vítima da opressão do Estado, nem de quaisquer forças sociais que tolham o direito básico de cada ser humano – o direito de crença.
             Trata-se de uma questão de justiça e respeito ao ordenamento jurídico internacional que tanto preza ios postulados de defesa dos direitos humanos.
             Assim, requero que essa Presidência oficie o nosso Ministério das Relações Exteriores para que o Governo Brasileiro faça urgentes gestões junto ao Governo Iraniano para mitigar o sofrimento dos bahá´ís e, em especial, para que o mesmo seja instado a conceder imediata liberdade a esses Yarán.
             E aproveito para saudar os milhares de membros da Comunidade Bahá´í do Brasil, ativamente comprometidos com a promoção de princípios como a eliminação de todas as formas de racismos, a promoção da igualdade de direitos para homens e mulheres e o respeito à rica diversidade humana, com seus credos, culturas e demais expressões artísticas, constituindo uma força positiva para a criação de uma sociedade brasileira mais justa, equitativa e compromissada com ações que dignifiquem a condição humana.
               Era o que tinha a dizer sobre tema de tão grande gravidade.
              Muito obrigado.

Suplicy protests against persecution of Bahá’í community in Iran

Senator Eduardo Suplicy
Senator Eduardo Suplicy (PT-SP), in a pronouncement on Wednesday (14), brought attention to the religious persecution against the Bahá’í community in Iran. According to the senator, Bahá’í leaders have been held for six years under inhumane conditions, leading to protests in all parts of the world
The senator added that the Iranian government has been attributing various crimes against the State and the Islamic religion to the Bahá’ís without proof
“The Bahá’ís are oppressed, arrested, tortured and killed by a State of constant injustice, which criminalizes freedom of faith, of religion, of assembly, of enrolling in universities in the country, besides the right to retirement plans that they are entitled to and to visit their sacred spaces, besides their tangible goods and real estate being arbitrarily confiscated,” he stated
Suplicy finished by reading the testimony of former deputy Luiz Gushiken (1950-2013), who professed the Bahá’í Faith. The senator requested the Brazilian government to open negotiations with Iran to reduce the community’s suffering in that country

برگرفته از :
http://www12.senado.gov.br/internacional/en/2014/suplicy-protests-against-persecution-of-baha2019i-community-in-iran?set_language=en 

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